Esitério
não que o poder deste retorno,
deste escape, deste bloqueio e deste sentimento de cadeado tivessem me
tornado escravo do carrossel escrito e seriado da vida não que o português não me faça falta e a tua
língua não seja mais importante, mas há o desejo, há o início, há uma coisa
mestre nessa dualidade estereofônica que formamos entre altos e baixos entre desertos e multidões o som o surdo o
bater de uma roda no asfalto uma página e um espaço bibliotecário e estagnado
mural de retratos antigos, parede misturada cimento e ar condicionado não que
este assunto deva ser refletido não alma
sem espelho querer sem mente todo estiçalhado carro bomba ou arquivo estragado
meu computador de bordo é tão obsoleto que virou caixa preta tudo isto para
dizer te amo na calada da noite no silêncio desta madrugada úmida de sexo e
orvalho